Durante a pandemia do Covid-19, a demanda por dados cresceu exponencialmente e continua, diariamente, aumentando devido a rápida digitalização provocada pelo isolamento social e agora pelos modelos híbridos de trabalho e consumo.

Os Data Centers, responsáveis pelo armazenamento e processamento dos dados trafegados, que consomem 01% da demanda global de energia elétrica e emitem cerca de 0,3% de todo CO2 liberado no globo, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), estão se aproximando do centro do debate mundial sobre sustentabilidade, sendo um ponto bastante sensível quando confrontado com os critérios, cada vez mais exigentes, de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance).

De acordo com uma pesquisa recente da Persistence Market Research, o mercado de Green Data Center, ou Data Center sustentável, deverá ter uma taxa de crescimento (CAGR) de 14,3% nos próximos anos, o que representa US$ 266,6 bilhões até 2032.

O custo de construção desse tipo de modelo é maior do que o custo de construção de um Data Center típico, apesar de ter um custo total de propriedade (TCO) menor e economizar dinheiro a longo prazo, o maior investimento de capital ainda é visto como uma grande restrição no mercado.

 

 

Então qual o seu motivo de crescimento?

Em janeiro de 2021, representantes do setor buscaram, pela primeira vez, implantar metas para atingir a neutralidade de carbono na Europa em apoio à Estratégia Europeia para Dados e ao Acordo Verde Europeu, formado a Iniciativa de Autorregulação e o Pacto entre Operadores de Data Centers com Neutralidade Climática, que definiu metas mensuráveis e ambiciosas para 2030, como:

  • Melhorar a eficiência do uso de energia;
  • Comprar energia 100% livre de carbono;
  • Conservação da água por meio da seleção de soluções de resfriamento eficientes e adequadas;
  • Reciclagem de servidores, equipamentos elétricos e outros componentes elétricos relacionados;
  • Reutilização do calor gerado em data centers, quando possível, de maneira ecologicamente sensata e econômica.

As iniciativas do Pacto andam em paralelo com o crescimento das ações de ESG nos mais diversos segmentos, pensando na sustentabilidade, a partir do tripé ambiental, econômico e social, onde as estratégias trazem por si só um impacto positivo para as empresas que as adotam, ampliando sua vantagem competitiva aliada a uma melhor eficiência da operação, além de inegáveis benefícios para melhoria da qualidade ambiental e social, na qual está inserida.

Podemos destacar alguns aspectos importantes das medidas de ESG com o foco no ambiente de Data Centers, como o planejamento de uma construção ambientalmente correta; Uso de energia 100% renováveis, tais como energia eólica, solar, hidrelétrica; Melhoria da eficiência energética com foco na diminuição do PUE (Power Utilization Effectiveness ou efetividade da utilização da energia); Diminuição do consumo de energia, tendo como exemplo a virtualização de servidores e uso de gás par diminuir consumo de refrigeração. Atualmente, a Infra IES, vem desenvolvendo um projeto conceitual para construção de um modelo de Data Center em container no EUA com utilização de gerador a gás propano; E o descarte final de lixos eletrônicos em aterros adequados.

Além dos pactos já adotados na Europa, o EUA tem se destacado como investidor de energia renovável e inovações sustentáveis, com empresas como a Apple, Facebook (Meta), Amazon Web Services, Google e Microsoft investindo continuamente em energia renovável para alimentar suas instalações e se tornarem neutras em carbono. Seguido pelo Canadá, com altos investimentos de provedores de Colocation e operadores de Data Center de hiper escala, é um mercado em ascensão devido à acessibilidade a fontes de energia renovável e baixos custos de energia de cerca de US$ 0,05 por kWh. Ontário, província no centro-leste do Canadá, é um hub de Data Centers, seguido por Quebec, às margens do rio São Lourenço, na província canadense, que possui abundante disponibilidade de energia renovável.

 

Outro ponto importante dentro do prisma do ESG é o aspecto social de metodologia, por isso o alto investimento em estratégias anticorrupção, prestação de contas com transparência, programas de diversidade, inclusão e equidade, capacitação e treinamento dos colaboradores, relacionamento com comunidades e stakeholders e a privacidade e proteção de dados (LGPD), que devem passar por relatórios detalhados, compartilhando as boas práticas a fim de se evitar o green washing, termo em inglês usado para falar de estratégias de marketing para promover discursos, ações e propagandas sustentáveis que não se sustentam na prática e que vão no sentido oposto ao ESG e podem causar danos irreparáveis a imagem de uma companhia.

Em resumo, os Data Centers Verdes fornecem o armazenamento de dados de uma maneira ecologicamente correta, além de mitigar gastos operacionais totais. Vários governos estão trabalhando para incentivar esse modelo de negócio ecologicamente responsável, energeticamente eficiente e econômico. Como resultado, regulamentações ambientais rígidas que exigem conservação de energia aumentarão a demanda e impulsionarão o mercado de refrigeração líquida e gás natural.

Quais são as estratégias/ações de sustentabilidade de sua empresa?

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Ivy Panagassi, Coordenadora Administrativa da Infra IES

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