Uma gestão de obra bem-feita é aquela que consegue prever problemas, mapear riscos, controlar custos, eliminar obstáculos, dar visibilidade para o status verdadeiro do projeto, executar e compartilhar boas práticas, além de ter envolvimento de todos os participantes do projeto!

Mas como?

E eu poderia ficar horas escrevendo páginas e elencando todas as melhores práticas, normas, conselhos, direcionamentos, orientações, metodologias, frameworks, sistemas de trabalhos complexos, métodos detalhados e tudo mais que existe em toda literatura referente a essa disciplina… porém, na verdade, essa vasta gama de recursos disponíveis oferece muito apoio no dia a dia, conseguindo, de alguma forma, até “receitar remédios que aliviam sintomas” porém, as causas do sucesso, bem como do insucesso, se voltam para as PESSOAS! Portanto, o modo como o gestor de obra se relaciona com TODO o time envolvido faz muita diferencia no resultado.

Usando uma metáfora para exemplificar, é como se o gerente do projeto fosse um prestador de serviço, como um eletricista que é chamado para fazer um reparo em sua residência. Ele chega com um aparato enorme de ferramentas de última geração, um uniforme impecável e todos os certificados possíveis de se obter na carreira, além de trazer consigo um ajudante para poder carregar tanto de bagagem, e quando olha para o problema, começa a buscar ferramentas caras e livros da maleta para tentar resolver (sem sucesso), enquanto o assistente perdido fica no transporte de ferramentas e livros (sem saber bem o porquê de estar fazendo aquilo). E algumas horas depois, o eletricista chega a uma determinada conclusão de um possível causador do problema, mas não comunica isso ao ajudante, que segue tentando buscar uma ferramenta que possa ser útil na solução. Com o passar das horas,  o eletricista começa sentir a pressão, pois as pessoas precisam do problema resolvido o quanto antes ou de uma previsão dessa resolução, então, o eletricista, que sempre se considerou preparado o suficiente, não consegue explicar para o seu auxiliar qual é a ferramenta, equipamento ou conceito que ele precisa usar para resolver o problema, fazendo com que os dois continuem investindo tempo na busca da ferramenta e conceito ideal para resolver o problema, sem obter muito sucesso na missão. Neste caso, o eletricista sequer se deu conta de que não avisou o solicitante do serviço que ele não conseguiu resolver e, também, não sabe quando será possível.

Então, usam recursos, ferramentas e tempo de forma equivocada, pois o objetivo de usar ferramentas, conceitos e livros, é conseguir resolver o problema de forma mais rápida e assertiva, mas porque isso não aconteceu no caso usado como exemplo acima?

Muito provavelmente, este caso teria outro ritmo e outro tipo de solução. Caso o eletricista, além de ter todas as ferramentas, todo o conhecimento técnico, os certificados, soubesse se comunicar e tivesse acesso ao potencial inteligente emocional que permitisse que ele conseguisse observar o problema de uma forma integral, o ato de pensar na solução de forma rápida e estruturada faria com que a escolha da ferramenta e da técnica que trazia na bagagem fosse menos morosa e mais eficiente.

Vejam bem: uma coisa não é mais ou menos importante que a outra, o que traz o sucesso é o equilíbrio, pois de nada adianta os excessos e extremos e nem mesmo metodologias concretadas no tempo quando, na obra, o que mais conta é a calma nos momentos de stress (todos), a boa vontade e a capacidade de se relacionar com o time executor e com o cliente, ou seja, as habilidades comportamentais somadas ao conhecimento técnico e a capacidade do gestor de contornar dificuldades é que garantem uma boa gestão de obra.

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