A importância do DRP para Data Center 

Nos anos finais do último milênio dez em cada dez profissionais de TI estiveram envolvidos nos ajustes e correções do que ficou famoso como o bug do milênio, uma falha de programação que previa apenas dois dígitos como número de ano, e que levaria todos os nossos computadores a voltar a 1900 em vez de registrar o ano 2000. 

A catástrofe era anunciada, porém o esforço de projetos que envolviam milhões de profissionais das mais diversas frentes, fez com que a ameaça fosse neutralizada e o primeiro réveillon deste século fosse algo relativamente tranquilo apesar dos plantões madrugada adentro. 

Mas a primeira década do século XXI mostrou que o desafio seria ainda muito maior, com a massiva informatização das empresas outras preocupações começaram a surgir, como a guarda de dados, manter uma infraestrutura redundante, e criar um plano de continuidade de negócios, e este processo foi acelerado por duas grandes tragédias. 

Em 11 de setembro de 2001 os Estados Unidos veem suas torres gêmeas do World Trade Center ruírem no maior ataque terrorista já sofrido pelo país, empresas foram completamente destruídas, e mesmo as que tiveram sobreviventes, não tinham informações para continuar os seus negócios. Diversas empresas possuíam um plano de redundância, inclusive com um Data Center backup, porém no prédio ao lado.  

Quatros anos depois foi a vez de um desastre natural devastar a cidade de New Orleans, o furacão Katrina foi o sexto furacão mais poderoso já registrado no atlântico e o que mais causou destruição ao tocar o solo americano em toda história, neste caso também centenas de empresas foram varridas do mapa, já que suas estruturas estavam por vezes sem um plano de recuperação ou quando tinham, estavam na mesma cidade. 

Estes dois grandes e catastróficos eventos levaram os gestores de TI do mundo todo a criarem padrões, procedimentos e boas práticas para a estratégia do plano de recuperação de desastres, conhecido como DRP (disaster recovery plan)Principalmente empresas que estão listadas na bolsa de valores e instituições financeiras precisam estar atentas por estarem reguladas pela Lei Sarbanes Oxley. 

Em relação a infraestrutura de Data Center quais são as principais recomendações? A primeira e principal delas é manter uma infraestrutura replicada com uma distância mínima de 30 milhas ou 50 quilômetros do Data Center principal, desta forma seus dados estariam protegidos de ataques, desastres naturais, em geral estará em uma infraestrutura elétrica vinda de outra rede, e mesmo suas conexões de telecomunicações estaria conectada em outro ponto de acesso. 

A história nos mostra que é preciso preservar os dados e mitigar as situações mais improváveis, mesmo que pareça um risco muito remoto, mitigar estes riscos são mais uma obrigação do gestor de TI e pode ser um divisor de águas entre a sobrevivência ou não do negócio. 


Gustavo Moraes, diretor da Infra IES. Atua no mercado de Data Center há 25 anos.

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