Há cerca de 10 anos, quando eu ainda era responsável por projetos de uma empresa de Data Center, fui procurado por um fornecedor que apresentou uma solução de DCIM (Data Center Infraestructure Manager), uma ferramenta poderosa para gestão de infraestrutura de Data Center, que é o sonho de 10 entre 10 gestores da área.
Mas, afinal, por que essa vontade ainda não saiu do campo do desejo e se tornou realidade na maioria dos Data Centers? Neste artigo tentarei compilar algumas respostas para essa intrigante questão.
Em primeiro lugar, entende-se que não há ferramenta que, sozinha, resolva os problemas de gestão sem o mínimo de processos. Nesses 10 anos desde que a febre do DCIM tomou conta do mundo dos Data Centers, venho conversado com diversos gestores, alguns deles que chegaram até mesmo a implantar o sistema e confessaram que utilizam, no máximo, 10% de sua capacidade. Já outros perceberam, durante a implementação, que não tinham maturidade processual para garantir que as atualizações se tornassem automáticas quando mudanças na base de dados acontecessem e, nesse caso, qual seria a solução?
A resposta à pergunta acima parece muito simples: implantar ou aprimorar processos. Infelizmente, isso não se faz em um passe de mágica, sendo um assunto que demanda tempo. Há a necessidade de desenvolver processos que tenham aderência às equipes operacionais e que ganhem maturidade ao passo em que seus usuários percebam a necessidade de melhorias. O output de processos de entrada e saída de equipamentos, controle de ativos, gestão de capacidades, gestão de mudança, incidente e problemas ligados à infraestrutura, são os principais dados para ter um DCIM consistente, portanto, sem isso, não passa de um software.
Mas em contrapartida, empresas que possuem todos estes processos e os controlam em planilhas separadas podem ter um salto de qualidade ao consolidar todas essas disciplinas em um DCIM.
Nestes últimos 10 anos, as soluções de DCIM melhoraram. As questões relativas a custo também se adequaram à nova realidade de SaaS, mas ainda há a necessidade de o cliente final prever tudo isso tendo um plano de melhoria elaborado e não apenas como a aquisição de uma ferramenta.
Então qual é o caminho certo? Na minha visão, construir um roadmap para ter, em médio prazo, tudo que é necessário para usar, de forma holística, todo o potencial de um DCIM. Para quem vai sair do zero, iniciar com um sistema de monitoração da infraestrutura (BMS), avançar na confecção de processos de gestão e fazer uma implantação do DCIM, baseado em todo o conhecimento pré adquirido pela equipe nestes processos, tendo como meta possuir uma gestão integrada e facilitada do ambiente de missão crítica.